ESCATOLOGIA NAÇÃO DE ISRAEL E O REINO DE DEUS


- ISRAEL

(Leitura: Mt 10.1-7)
Versículo para memorizar: Mt 10.6, “Mas ide antes às ovelhas perdidas da casa de Israel;”


Introdução: Sempre tem sido uma dúvida para mim por que o Senhor Jesus muitas vezes não quis que os curados anunciassem o Seu nome a todos. Se Ele veio para buscar e salvar o que havia perdido, e se a missão da igreja é fazer “discípulos de todas as nações” (Mt 28.19; Lc. 24.47), pregar “o Evangelho a toda criatura” (Mc 16.15), por que pediu aos discípulos para não ir “pelo caminhos dos gentios” nem entrar “em cidade de samaritanos” (Mt. 10.5)?


O Apostolo Paulo falou do Evangelho e disse que este “é o poder de Deus para salvação de todo aquele que crê; primeiro do judeu, e também do grego”. Será que a frase “primeiro do judeu” referia-se a primeira operação de Deus entre os judeus no Velho Testamento? Será que a frase “também do grego” referia-se a uma segunda etapa, ou seja, ao Evangelho para os gregos na época do Novo Testamento (Rm 1.16; 2.9, 10)?


Deus é soberano e, por isso, pode fazer o que quer com o que é dEle (Mt 20.15; Rm 9.21). Não duvido que Ele tem o direito de restringir o Evangelho aos judeus. Deus tem o direito de nos mandar pregar a todos, mesmo sendo algo que Ele não fez, todavia eu não entendia o porquê disso.


Pelo estudo das Escrituras o homem de Deus é aperfeiçoado para toda a boa obra. Agora percebo Cristo pregando primeiramente o Reino de Deus aos judeus, contudo, isso não significa que Ele pregou somente aos judeus. Depois de pregar aos judeus, Ele também incluiu os gregos, os quais somos nós, nos privilégios e responsabilidades da salvação.


Filhos do Reino Sendo Lançados Fora – Mt 8.5-13


Existem os filhos do Reino de Deus que serão lançados fora do Reino em trevas exteriores onde haverá “pranto e ranger de dentes” (v. 12). Isto é um ensino claro desta passagem de Mateus e também de Lucas (Lc 13.26-28). Haverá os que comeram e beberam na presença de Cristo (Lc 13.26), e que têm por pai a Abraão (Mt 3.9) que serão apartados de Deus (Lc 13.27) pois têm o machado posto à raiz para serem cortados daquilo que esperavam (Mt 3.10).


Se a participação no Reino de Deus significa ser salvo dos pecados ou ser feito um membro na igreja, temos um conflito grande com os ensinos claros da Palavra de Deus. Ela garante a segurança eterna para todos os que são regenerados em Cristo. Os em Cristo pela fé tem a vida “eterna” (Jo 3.16; 10.27-30; Hb10.12-14), uma salvação baseada firmemente na graça (Rm 11.6; Ef 2.8,9), a justiça imputada pela obra salvadora de Cristo (II Co 5.21). Estes têm o reforço da promessa de Deus que os salvos por Cristo nunca, de maneira nenhuma serão lançados fora (Jo 6.37-40).


Se Jesus prometeu que os salvos por Ele jamais serão lançados fora, quem são os filhos do Reino que Jesus ensinou que serão lançados fora? A resposta é: Os filhos do Reino que serão lançados fora são os judeus que, por linhagem, creram ser salvos sem um arrependimento dos pecados e sem uma fé pessoal no sacrifício de Cristo.


Nenhum filho de qualquer cristão tem garantia nenhuma de ganhar a vida eterna pela sua linhagem. Este filho pode ser ativo na igreja, até no púlpito, e depois ser lançado em trevas exteriores no dia do juízo. Por linhagem os judeus tinham privilégios “porque, primeiramente, as palavras de Deus lhe foram confiadas” (Rm 3.2). Dos judeus “é a adoção de filhos, e a glória, e as alianças, e a lei, e o culto, e as promessas; dos quais são os pais, e dos quais é Cristo segundo a carne” (Rm 9.4,5). Mas “nem todos os que são de Israel são israelitas; nem por serem descendência de Abraão são todos filhos; (Rm 9.5-7). Os que desejam a salvação devem olhar pela fé em Cristo Jesus somente (Jo 14.6). Não há outro meio ser salvo (At. 4.12).


O Reino de Deus não é a igreja. Também ter relacionamento com o Reino não é garantia de salvação. Pode estar no Reino presente e não ser permitido entrar na glória do Reino futuro. A garantia não é linhagem, posição, oratória, auto-justiça, ou atividade zelosa, sucesso eclesiástico, etc. É por estar em Cristo somente. Entra nEle quer dizer ser nascido de novo, ou seja, pelo arrependimento e a fé.


O Reino de Deus Veio Para Israel –


Quando foi que Jesus trouxe o reino para Israel? Aos Fariseus, os lideres dos judeus, Jesus declarou que “é chegado a vós o Reino de Deus” (Mt 12.28). No ministério público de Jesus, o Reino foi oferecido aos judeus. Note bem: “É chegado a vós.” Todavia, a mente deles estava velada para não perceber o Reino de Deus diante deles.




Na entrada de Jesus em Jerusalém, os fariseus pediram que Jesus repreendesse os discípulos por exaltá-Lo como Rei. Chegando mais perto da cidade, Jesus chorou sobre ela dizendo: “Ah! Se tu conhecesses também, ao menos neste teu dia, o que à tua paz pertence! Mas agora isto está encoberto aos teus olhos.” No mesmo discurso Ele individualiza o contexto dizendo que eles, os judeus, não reconheceram “o tempo da tua visitação” (Lc 19.37-44; Mt 23-37-39, “quantas vezes quis Eu ajuntar os teus filhos .... e tu não quiseste!”). Cristo referia-se ao fato do Reino de Deus ser dado primeiro aos judeus, à nação de Israel. Eles estavam cegos à Sua boa vontade para com eles e, consequentemente, não tomou posse do Reino.




Sem dúvida nenhuma, Jesus veio a todos os homens. Contudo, em um senso cronológico: Cristo veio primeiro aos judeus, uma linhagem que Ele compartilhava sendo Filho de Maria, mas “os Seus não o receberam” (Jo 1.11). Depois, o Evangelho foi entregue também aos gentios.


O Reino de Deus foi Tirado de Israel – Mt 21.43


Por Israel rejeitar Jesus como o Cristo, o Messias, a seguinte profecia foi proferida contra a nação de Israel: “a sua casa vai ficar-vos deserta porque Eu vos digo que desde agora Me não vereis mais, até que digais: Bendito o que vem em nome do Senhor” (Mt 23.38-39). Por Israel não receber Cristo como seu Rei, o Reino foi tirado deles (veja também: Mt 21.33-43).


Cristo estava entre esse povo, dado a este povo, mas rejeitado por este povo, tanto literal quanto espiritualmente. Quando Pilatos mandou que escrevesse: Este é Jesus “O REI DOS JUDEUS” (Mt 27.37; Mc 15.26; Lc 23.38; Jo 19.19), a placa disse algo que os judeus não quiseram aceitar, ou seja, que Jesus era o Rei que eles rejeitaram. O Reino não foi tirado para sempre, mas somente por um tempo.


Rejeitar a Cristo terá graves conseqüências. O! Quantos Judeus morreram sem ter a vida eterna pela nação rejeitar a Cristo!


O Reino de Deus Será Restabelecido com Israel – Mt 23.37-39


Durante o Seu ministério público Cristo não era reconhecido pelos judeus. Nem até hoje reconhecem Jesus como o Messias. Todavia um dia será declarado: “Bendito o que vem em nome do Senhor” (Mt 23.38-39). Nesse dia Deus abrirá os olhos deles como uma nação, e receberão Jesus como seu Rei (Ap 7.1-8; 14.1-5; 21.1-8 e 26).


Os apóstolos entenderam Cristo quando disse que Jerusalém por um tempo ficaria deserta (Mt 21.43), pois, em Atos 1.6, perguntaram se naqueles dias depois da ressurreição Ele restauraria o Reino a Israel. Eles acharam que o tempo já tinha chegado. Na verdade, Jerusalém ficaria deserta, sem a glória de Deus muito mais tempo.


Paulo ensinou que a rejeição da nação de Israel seria temporária também, ou seja, “até que a plenitude dos gentios haja entrado” Rm 11.25-29. Depois daquele tempo da plenitude dos gentios as múltiplas profecias concernentes a salvação da nação de Israel serão cumpridas para sempre.


O tempo para isso acontecer não é revelado, e não é para nós perceber. A nossa responsabilidade é pregar o Evangelho aqui, ali, lá e até aos confins da terra (At 1.6-8).


As promessas do Senhor são imutáveis. Todo aquele que se arrepende dos seus pecados e crê pela fé em Cristo Jesus, seja judeu ou grego, será salvo. Está nEle já? Por Cristo é tido todas as bênçãos espirituais nos lugares celestiais. Conhece essa graça de Deus que salva os pecadores? Se morrer na condição de não salvo, só resta uma eternidade separada em tormenta sem a presença da misericórdia de Deus.
(Por Pastor Calvin)

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